Imigrar é um ato de coragem. Mas nem sempre tudo sai como o planejado. Às vezes, o trabalho não aparece, o dinheiro aperta, a saudade bate — e o desespero também. Se você está vivendo esse momento, respira fundo: você não está sozinha(o).

Eu falo com conhecimento de causa. Vivi 8 anos em situação irregular, com filhos pequenos nos braços, noites de choro e incerteza. Já dormi na rua, já tive medo, já pensei em desistir. Mas também encontrei apoio — e foi isso que me ajudou a virar o jogo.

O que fazer quando tudo parece perdido?

Portugal possui uma rede de apoio social e solidário que acolhe nacionais e imigrantes, inclusive quem está em situação irregular. Existe ajuda de verdade. Mas é preciso dar o primeiro passo e pedir.

Onde procurar ajuda?

Procure o Centro de Apoio Social da sua zona de residência. Lá, uma assistente social vai te ouvir, avaliar sua situação e te encaminhar para os recursos disponíveis — sem julgamento. Mesmo sem documentos, você pode ser atendida(o).

Instituições que prestam apoio gratuito:

• Casa Amiga: Apoio emocional e prático a mulheres e famílias.
• Casa de Apoio ao Sem-Abrigo: Acolhimento temporário, alimentação e orientação.
• Refood: Oferece refeições resgatadas do desperdício alimentar.
• Banco Alimentar: Distribuição de cabazes de alimentos a famílias carenciadas.
• Santa Casa da Misericórdia: Apoio em saúde, alimentação, roupa e integração social.

O que você pode receber:

• Cabazes alimentares semanais ou mensais
• Leite, fraldas e produtos de higiene infantil
• Roupas, calçados e artigos essenciais
• Apoio jurídico e psicológico
• Encaminhamento para emprego e regularização

Uma mensagem de quem já viveu isso:

Se você está no fundo do poço, não tenha vergonha de pedir ajuda. Você não está “abusando”, não está “se aproveitando”. Você está sobrevivendo — e isso é humano. Portugal tem braços abertos. E você merece um recomeço digno.

Recomeçar é difícil, mas é possível. E você vai conseguir.